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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Os filhos do sorveteiro

Bom durante uma das crises econômicas que afetou nossa nação um casal vizinho abrirão uma sorveteria, o negocio começou devagar porem deu certo. Esse casal tem três filhos homens que por vezes os ajudavam atender os clientes durante o horário de funcionamento.



Lembrei-me dos três depois de presenciar um grupo de meninos fazendo bullying com uma garota, ato que logo foi repreendido imediatamente pelos pais presentes. Pensei nisso, pois cortei um dobrado na mão deles desde pequeno.

Quando tinha uns 6 anos o mais novo dos três implicou com um sapato ortopédico que eu usava. Ele ficou dizendo que era sapato de menina dentre tantas outras besteiras, claro que tudo para chamar a atenção. Para meu azar meus pais não me permitiam brincar na rua o que dava ele coragem para me ofender sem medo de represaria. Porem um dia a sorte muda.

Não me recordo o motivo, mas aconteceu de minha mãe abrir o portão, pronto à chance para minha revanche havia chego. Ignorando a tudo e a todos parti igual a um míssil em direção ao garoto. Lembro-me de telo derrubado e de nossas mães gritando.

O fato é que não consegui dar uma surra nele, mas que valeu a pena assusta-lo, como valeu!

Já o irmão do meio todos os menores que ele eram alvos em potencial.  Recordo – me de um dia em que teve uma festa de aniversario em nossa rua, onde ele começou a jogar pedaços de tijolos, paus e pedras nas crianças que saíram para brincar. Já eu fui vitimado por um pedaço de bambu que ele quebrou em minhas costas.

Esse era terrível, mas como diz o ditado: “A vida ensina”!

Ele aparentemente aprendeu a respeitar as pessoas, pelo menos é o que aparenta.

Já o mais velho dos três era sempre mais calado, porem sempre esteve presente quando seus irmãos aprontavam. Não me recordo dele ativamente fazendo nenhuma maldade. Lembro que ele era o que mais trabalhava na sorveteria, e também sei que frequentava a igreja junto com sua mãe, pois presenciei por diversas vezes ambos saindo para o culto.

Agora para finalizar o mais novo sempre foi esquisito quando se fala de comportamento e personalidade. O do meio era lindo perfeito fisicamente falando, mas atormentou a vida de todos até o fim de sua adolescência.  Já o mais velho parecia um desses galãs dos cinemas e da TV, bom pensei nele algumas vezes.

Hoje não os vejo com tanta frequência, pois a família se mudou para outro bairro, mas continuam tocando a sorveteria no novo endereço. 


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